sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Etnografia urbana O Projeto




Minha pesquisa de novembro 2009 até outubro de 2010


Etnografia urbana de atividades de comércio e serviços informais no Rio de Janeiro Práticas e estratégias: novas formas de pobreza e/ou iniciativas inovadoras?


Sou francesa, pesquisadora visitante da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro-FAPERJ; participo do Núcleo de Pesquisa Favela e Cidadania-FACI UFRJ\Serviço Social há 8 anos

Este projeto se enquadra no prolongamento dos estudos realizados pelo Núcleo de Pesquisa e Extensão Favela e Cidadania da Escola de Serviço Social da UFRJ no Brasil e, pelo GRECAU – Groupe de Recherche Conception Architecturale et Urbaine da Escola de Arquitetura - ENSAT/Toulouse, na França, e, sobretudo, na ampliação e desdobramento do trabalho desenvolvido conjuntamente, desde 2005, com a professora Maria de Fatima Cabral Marques Gomes, sobre as experiências urbanas dos vendedores ambulantes e o conflito pelo uso do espaço. O objetivo principal deste novo projeto é de aprofundar a compreensão das práticas e estratégias de comerciantes e prestadores de serviço nas praias e ruas, na metrópole do Rio de Janeiro, com a preocupação de contextualizar as relações sociais e econômicas dos sujeitos envolvidos neste tipo de economia. Para isso, a dimensão econômica será interpretada a partir de espaços diferenciados da metrópole carioca e, conforme uma leitura articulada das trajetórias de vida dos sujeitos. Considera-se que o conteúdo das atividades e o percurso dos usuários passam pela articulação de espaços de referência locais e globais, e para, além disso, caracterizam as formas de gestão que legitimam o debate em torno das características destas dinâmicas empreendedoras e a sua participação para um desenvolvimento sustentável da cidade.

A construção de uma atitude etnográfica no que diz respeito ao tema da informalidade

Situações entre formal e informal são abordadas como umas das principais forças organizadora do social, como expressão que rege comportamentos e formas diferenciadas de sociabilidade, e faz parte da experiência de morar, trabalhar e viver na metrópole.

Três questões principais orientam nosso estudo:

- Essas atividades de comércio e de serviços poderiam ser consideradas como um recurso que permite compensar a falta de benefícios materiais que levam à inclusão/exclusão?

- Essas formas de trabalho poderiam assegurar o futuro sustentável de gerações, possibilitando capacitar tanto com relação à atividade que desenvolvem como abrindo possibilidades de diferentes inserções no mercado de trabalho?

- Em que medida podem ser considerados inovadores os serviços desenvolvidos na informalidade?

A partir das pesquisas empíricas que serão desenvolvidas em dois lugares diferenciados (praia de Copacabana e no Vale Encantado*, comunidade do Alto da Boa Vista -na floresta da Tijuca) busca-se:
  • Captar um olhar “outro” da cidade do Rio de Janeiro, futura cidade olímpica

  • Dar visibilidade à uma economia e/ou à uma cultura urbana que potencializam tanto os espaços coletivos da cidade contemporânea como o cotidiano dos seus moradores; sem negligenciar as dificuldades e vulnerabilidades que se operam;

  • Abrir um espaço de debate entre o mundo acadêmico e o dos profissionais junto com os próprios atores da economia urbana posicionada entre formal e informal

*Foi através da pesquisa SETUP que o grupo FACI descobriu a comunidade situada no entorno do Parque Nacional de Tijuca. Hoje a comunidade abriga aproximadamente 350 habitantes. Nela existe uma associação de moradores (AMATA – Associação de Moradores de Taquara do Alto), que participa ativamente da vida do conselho de cidadania do Alto da Boa Vista (CONCA). Ver o site http://www.vale-encantado.org. A comunidade desenvolve um trabalho educativo e social através de uma cooperativa, com ajuda de uma ONG francesa, a Abaquar